
Choro, metido na masmorra do meu nome.
Dia após dia, levanto, sem descanso,
este muro à minha volta;
e a medida que se ergue no céu,
esconde-se em negra sombra
o meu ser verdadeiro.
Este belo muro é o meu orgulho,
que eu retoco com cal e areia
para evitar a mais leve fenda.
E com este cuidado todo,
perco de vista o meu ser verdadeiro.
(Rabindranath Tagore - O Coração da Primavera)
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