domingo, 6 de novembro de 2011

O coração da primavera

Choro, metido na masmorra do meu nome. 
Dia após dia, levanto, sem descanso, 
este muro à minha volta; 
e a medida que se ergue no céu, 
esconde-se em negra sombra 
o meu ser verdadeiro. 

Este belo muro é o meu orgulho, 
que eu retoco com cal e areia 
para evitar a mais leve fenda. 
E com este cuidado todo, 
perco de vista o meu ser verdadeiro. 

(Rabindranath Tagore - O Coração da Primavera)

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